domingo, 21 de junho de 2015

A MEDICINA DO CONDOR


O Condor é um dos filhos do Sol para os nativos do Peru. Representa o Mundo Superior, a capacidade de elevação. O simbolismo do Condor e sua medicina, nos ensina a perceber a vida a partir de uma perspectiva mais elevada.

A energia do Condor é um poderoso guia que nos ensina a planar acima das circunstâncias Diárias que ocupam nossa atenção. A visão do Condor nos auxilia enxergar com clareza o nosso passado e ter uma visão assertiva acerca do nosso futuro.






Na força do Condor compreendemos de onde viemos e para onde estamos indo.

O Condor voa a partir da costa à grandes alturas. 
Seu voo majestoso  nos remete ao equilíbrio e controle, representando o espírito do Pai Sol, assim como a Águia representa WakanTanka (o Grande Espírito).
Simbolizando o elemento ar, suas asas e penas significam um impulso para cima e seu voo é uma metáfora para a ascensão e liberdade.








Para alcançar o estado do Condor, devemos primeiro examinar a nós mesmos rompendo com formas antigas de pensar e agir. Precisamos aprender com a serpente a "trocar de pele" e com o Puma a ter controle e estabilidade.
Para os antigos Incas, o condor era uma divindade especial ligando Hanan Pacha* com Kai Pacha*.
Vive nos penhascos íngremes de gelo, que abriga o Apus, espíritos protetores das montanhas. 





Por isso, para os nativos ele é também o guardião dos espíritos. O condor é responsável por guardar e guiar o espírito de um falecido para Hanan Pacha (mundo superior).









* Nota: Leia abaixo sobre a Cosmovisão Inca.


sábado, 20 de junho de 2015

XAMANISMO ANDINO - A COSMOVISÃO INCA



A Cosmovisão é o conceito e interpretação que uma cultura tem acerca do mundo que a rodeia. 

A cosmovisão andina (Inca) tem traços particulares sobre o conceito de tempo e espaço. Para eles o tempo não é linear e sim cíclico, em uma sucessão constante de períodos de caos (desordem) e de cosmos (ordem) no mundo.

Para os antigos Incas o espaço era concebido em dois níveis diferentes: horizontal e vertical. 
No Plano Horizontal, os Incas enxergavam o mundo de maneira dual: hanan e hurin (em cima e abaixo) .

Essas metades eram divididas  por sua vez, em outras duas, dando origem , dando origem a quatro. Esta divisão era entendida como complementaridade, oposição e reciprocidade. 







Da mesma forma que, no Nível vertical, o espaço estava dividido em três planos:

1 - HANAN PACHA  ( ou Hana Pacha) - O mundo "de cima". Plano celestial ou supra terrenal. O mundo celestial e somente as pessoas justas podiam entrar nele. A tradição Inca define Hanan Pacha como o Mundo Superior onde habitam os Deuses (Viracocha ou Wiracocha, Inti, Mama Quilla, Pachamac, Mama Cocha, etc...)
2 - KAI PACHA -  O mundo do presente, o "aqui". Na Cosmovisão Andina, Kay Pacha é o nome do mundo terreno (o plano material), onde os seres humanos vivem.
3- UKU PACHA (o  mundo "de baixo", o mundo dos mortos): na mitologia andina, Uku Pacha estava abaixo do mundo. Era o mundo dos mortos, das crianças "não nascidas" e tudo o que estava por baixo da superfície da terra ou do mar. As fontes , grutas ou outras aberturas de superfície da terra foram consideradas as linhas de comunicação entre o Uku Pacha e Kay Pacha .




Nota: Na língua quíchua PACHA quer dizer às vezes tempo e espaço.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

A MEDICINA DO TIGRE

Irmão Tigre
Senhor dos caminhos secretos e da sabedoria ancestral
Que a tua medicina me dê forças e coragem para fazer o que é necessário
Que eu possa aprender contigo a escolher a ação correta,
Fazendo o que é preciso ser feito
De forma amorosa e silenciosa.
Irmão Tigre,
Que através dos ensinamentos da tua medicina,
Eu possa seguir meu caminho com equilíbrio, confiança e coragem.


A MEDICINA DO TIGRE


FUNÇÃO: O DESBRAVADOR 
LIÇÃO: EQUILIBRIO 
MEDICINA: MAGIA LUNAR
ELEMENTO: FOGO / ÁGUA      
DIREÇÃO: VENTO LESTE - ILUMINAÇÃO

O tigre é o maior de todos os grandes felinos. Pode medir até 12 pés de comprimento e sua cauda acrescenta mais três pés ao seu comprimento total.
Observando essas belas criaturas, os seus músculos ondulantes fica evidente a força e o poder que possuem. Suas grandes patas escondem garras impressionantes, que são geralmente mantidas ocultas, até que precise agarrar uma presa ou dar um golpe letal em um inimigo. Toda essa força está contida dentro de uma musculatura que foi concebida para assegurar a este felino no topo da sua cadeia alimentar.



ALMAS-TIGRE E A ENERGIA DA VONTADE

Para os “duas pernas” (humanos) que tem o tigre como “animal de poder” (aspecto instintual da alma ou SELF INSTINTIVO), o “Arquétipo do Tigre”, suas garras poderosas, sua musculatura forte e impressionante, podem apresentar-se, de forma simbólica, como uma poderosa explosão de energia. Estes indivíduos possuem um reservatório incrível de energia que é frequentemente mantido oculto, mas que se apresenta em momentos onde é realmente necessário.  Quando as circunstâncias justificam o lançamento deste manancial, ou quando a “alma-tigre” enfrenta um problema, crise ou desafio com uma intensidade focada que só pode ser equiparado para um salto de tigre.
      Quando muito jovem, a “alma-tigre” aprende a conter tal poder instintivo. Esta energia contida pode se apresentar como um olhar intenso e comportamento tranquilamente estudioso que podem intimidar os outros, como se os olhos-de-tigre fossem capaz de perscrutar sua alma.
      Tal intensidade pode afastar as pessoas, ou pode parecer que a “alma-tigre” é distante e desinteressada. Nada pode estar mais longe da verdade. No entanto, embora possa parecer insensível ou individualista, estas são as almas que desejam experimentar todas meandros da vida e aventuras, mas é apenas quando amadurecem e ganham confiança em si mesmos , que o seu lado mais exuberante emerge.

O LADO SOMBRIO DAS “ALMAS-TIGRE”


Quando a “alma-tigre” opera à partir da Sombra, tal força bruta pode ser utilizada para fins extremamente egoístas. Como o indivíduo que usa a energia do tigre que pulsa em seu self instintivo apenas para garantir seus desejos, independentemente do custo para os outros ao seu redor, e para o próprio progresso de sua alma. Neste cenário, a energia é então liberada em explosões vulcânicas e furacões, destruindo todos os que estão no caminho do tigre. Ou o inverso pode ser verdadeiro e os “duas pernas” com este magnífico espírito animal pode se perceber intimidado por suas próprias emoções excepcionalmente poderosas e seus desejos, negando e reprimindo tais sentimentos, o que resulta em muitas frustrações e negação do verdadeiro Ser.
      Assim como o Tigre,  alma-tigre  cresce, amadurece e evolui, e seu  equilíbrio é alcançado quando libera as suas energias indomáveis e mantém a percepção consciente dos sentimentos daqueles que a rodeiam. Quando os “duas-pernas” abraçarem sem medo seu próprio poder e utilizá-lo para o benefício de si mesmos e os outros, a Força- Luz da Vontade oriunda da sua “alma-tigre”  brilhará para iluminar o caminho, seu e dos outros que viajam à caminho do autodescobrimento.

AFETIVIDADE - A DEVOÇÃO DOS TIGRES



O tigre selvagem terá somente uma ninhada de filhotes a cada 3 a 4 anos (geralmente de dois a seis filhotes). Os pequenos tigres permanecerão com sua mãe por aproximadamente dois anos, nos quais ela irá orienta-los ensinando-os a caçar e a tornarem-se autosuficientes.
Assistindo a um tigre fêmea  protegendo e ensinando seus filhotes, torna-se óbvio para o observador que ela é uma mãe dedicada e amorosa. A gentileza que ela exibe em relação a seus filhotes pode se transformar rapidamente em ferocidade quando seus jovens filhotes estão sendo ameaçados, mas quando se trata de cuidar da sua prole, ela parece deleitar-se em seu papel de mãe.
Para os “duas-pernas” com alma-tigre, há uma tendência intrínseca da devoção feroz que flui através de suas veias. Quando um indivíduo tigre ama outra pessoa, seja em um amigo ou amante, a lealdade, a intensidade e a devoção que ele derrama sobre seus entes queridos deixa uma marca indelével nos corações e mentes dos outros. Para alguns indivíduos menos apaixonados que se encontram em uma relação afetiva com uma alma-tigre, esta intensidade pode ser esmagadora e eles vão escapar por "águas mais suaves", enquanto que aqueles que possuem um incêndio e profundidade semelhante dentro de seus próprios corações encontrarão um parceiro especial no indivíduo tigre.

 ALMAS-TIGRE E OS DESAFIOS DO CORAÇÃO


Os desafios para a alma-tigre podem ser vários quando se trata de assuntos do coração. Alguns tigres tendem a queimar com uma intensidade ardente. Mas tal paixão feroz não pode ser mantida indefinidamente e o calor escaldante de paixão vai diminuir rapidamente e, apesar do início emocionante (e mesmo que o parceiro/a ainda esteja encantado a intensidade do Tigre). Embora o romance possa ser inicialmente emocionante, a Alma-Tigre parte muito cedo em busca de um novo romance para reviver a fogueira exuberante de um novo relacionamento. O  resultado é que o companheiro/a deixado/a para trás fica com o coração partido e aquelas “almas-tigre” menos sensíveis terão acumulado um saldo cármico negativo até que ele/ela possa identificar esse comportamento destrutivo e aprender a agir com mais compaixão e consciência.
Mas inverso disso pode acontecer quando a “alma-tigre” está tão focada em amar os outros, derramando sobre eles seus cuidados, dominando seus próprios desejos, necessidades para agradar o parceiro nem sempre disposto a retribuir.. Neste caso, frequentemente, a devoção é  completamente descabida, pois a alma-tigre está tão ocupada  atendendo às necessidades do companheiro/a que nada sobra para alimentar a sua própria alma. Em ambos os casos, a lição para a alma-tigre é aprender o equilíbrio entre a paixão e a perseverança, amor ao próximo e um auto amor. Uma vez que este meio-termo é alcançado, o resultado é uma alma plena dando que ensinará a todos os que se deparam com ela, a beleza da verdadeira devoção e amor.

PRINCÍPIO YIN / YANG – A ALMA-TIGRE E O EQUILÍBRIO ENTRE OS OPOSTOS

Um olhar para a magnífica pele de um tigre revela como as listras pretas que estão cobertas contra o pano de fundo de uma coloração  laranja/ferrugem sugere uma certa dualidade. Na natureza, quando há um contraste tão significativo, indica que há uma duplicidade de sentido e/ou finalidade.
      Este contraste de padrões e cores na pele do tigre sugere um equilíbrio entre os princípios Yin/Yang.  O conceito chinês Yin/Yang é o conceito de que todas as coisas na vida são equilibrados através dos seus opostos e esses opostos são metades iguais do todo. feminino/masculino, branco/preto, claro/ escuro, são exemplos dessa polaridade que é o fundamento básico deste conceito. Portanto, quando se olha para o Tigre  como um totem e seu belo pelo de padrões e cores misturadas, torna-se evidente que este é um ser criatura que possui o equilíbrio das energias.
      Como um animal-totem, o Tigre vai caminhar ao lado dos “duas pernas” ensinando o equilíbrio entre os extremos da natureza, dos sentimentos e do temperamento. As “almas-tigre” são indivíduos ao mesmo tempo, quentes ou frios, cheios de paixão ou completamente isoladas e fleumáticas. Alternam períodos quentes com períodos “mornos” sexualmente falando. O desafio para estas “almas-tigre” está em encontrar o equilíbrio entre os extremos e entendimento de que as duas metades não são contradições de um ou outro, mas partes de um todo que precisam ser entendidas e integradas. Ao experimentar uma faceta da vida, sentindo e sendo então o "oposto", o Tiger aprende a importância do equilíbrio.
      Muitas vezes, o “duas pernas” que tem o Tigre como seu totem animal terá que percorrer as chamas do inferno e voltar várias vezes durante a sua vida. Muitas lições dolorosas serão encontrados em que ele/ela vai chegar ao ponto de exaustão absoluta, para então surgir como o Fenix à partir de suas próprias cinzas e começar um novo ciclo de crescimento e aprendizagem. A Vida para essas almas é experimentada de todo coração e experiências que podem desencorajar outras pessoas menos motivadas são frequentemente percebidos pelo indivíduo tigre como um desafio a ser vencido. A alma-tigre então aprende a reconhecer a necessidade de equilíbrio e harmonia. O resultado então, é um ser humano maravilhosamente integrado. Fundindo-se com a oitava superior da energia Yin/Yang, a alma-tigre abraça sua herança de verdadeiro poder e Integração.

 O TIGRE E A MAGIA LUNAR

Muitos mitos e lendas de animais sugerem que o Tigre é irmão da Lua. O contraste entre sua pele laranja e listras pretas reflete a polaridade entre a luz e as trevas, que são representações simbólicas das duas fases completas da Nova e Lua Cheia. Esses animais, que estão estreitamente relacionadas com os ciclos lunares são reconhecidos como possuidores de uma forma particular de magia incluindo encantamentos e  um papel especial no auxilio àquelas almas que estão saindo do plano físico (a boa estrada vermelha) em direção à Estrada Azul do Espírito.
Quando o espirito animal (totem) do tigre  caminha ao lado de um/a duas pernas, este muitas vezes parecerá imbuído de uma intuição e uma percepção muito forte. Este "conhecimento interior" é um alinhamento inconsciente entre os duas pernas e os ciclos da Lua.
Esotericamente, a Lua representa o passado, emoções, e tudo o que é "oculto". Aspectos ocultos incluem nossa mente subconsciente, memórias de vidas passadas, que existem apenas abaixo da superfície do pensamento consciente, programações passadas, pensamentos reprimidos e os reinos e dimensões que não são visíveis ao olho físico.
      As almas-tigre tem um extraordinário senso de oportunidade, na realidade, ele/ela está estreitamente em sincronia com a Lua Cheia e a Lua Nova. Durante o ciclo de três dias (ponto culminante e vazante) da Lua Nova, aqueles/as que tem o tigre como seu animal totem, instintivamente reconhecem que agora é a hora de começar novos projetos, saltar com força total em busca da sua auto realização (o “pulo do gato” que na verdade é o salto do tigre), pois isso irá produzir resultados positivos. Durante o ciclo de três dias da Lua Cheia, a alma-tigre reconhece que este é o momento de reunir, peneirar o passado para descobrir quais hábitos, ideias e pensamentos sobreviveram à sua finalidade. Durante a fase da Lua Nova, os modos desatualizados pode ser descartado em favor de novas ideias e planos. Na Lua Cheia é o momento em que as sementes plantadas durante o ciclo da Lua Nova germinam e produzem frutos.
      Quando opera a partir da energia sombria, a alma-tigre torna-se impulsiva e apressada, pois ainda não aprendeu o valor de esperar o tempo certo para agir, nem o dom da contemplação. Tais ações, muitas vezes podem levar a alma-tigre por caminhos tortuosos que trarão lições dolorosas, mas que ensinarão a alma-tigre, a importância de ouvir a voz interior que irá  instrui-los quanto ao momento certo de saltar e quando é tempo de aguardar silenciosamente.
       Quando aprende a reconhecer o fluxo essencial das forças da natureza e das forças e ciclos de sua própria natureza, a alma-tigre se alinha com elas e herda de Hanwi (a avó lua) grande parte da magia, magia que está associada com luz prateada da lua. Quanto mais em sintonia com seu/sua, lado receptivo e emocional intuitivo a alma-tigre se empodera. Torna-se mais sensível às vibrações sutis, a diretiva de sua própria alma e responde de acordo, com as habilidades de percepção mais desenvolvidas, exercendo através dessa percepção numinosa, a medicina transformadora, que faz parte da herança que este Espirito Animal,  O Tigre, traz com todo o seu simbolismo. Então, o “duas pernas” se unirá ao Espirito do Tigre em perfeito equilíbrio entre paixão e calma, orgulho e humildade, ação e contemplação no esplêndido dança de uma alma que se desdobra rumo a evolução.

Texto: Irene Carmo Pimenta
Imagens: Internet
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

A MEDICINA DA RAPOSA


"Irmã Raposa que a tua medicina me torne mais ágil, mais adaptável.
Que eu aprenda a observar mais, ouvir mais e principalmente,
 me ensina a ficar "invisível" quando for necessário. Ahow! Irmã Raposa"
A raposa é um dos animais mais engenhosos da natureza. Sendo um animal noturno sempre foram atribuídos a ela poderes sobrenaturais.Os Cherokees, os Hopi e várias outras tribos nativo-americanas sempre acreditaram no poder de cura da raposa. 
Para os Apaches foi a raposa quem entregou o elemento Fogo aos seres humanos.
Para os celtas ela é associada à magia, um ser que vive no limiar dos mundos sendo uma mensageira do reino das fadas.
Os chineses acreditavam que as raposas podiam assumir a forma humana e para os egípcios, raposas eram portadoras das bênçãos dos Deuses.



No Japão a raposa, chamada de Kitsune, está associada a Deusa Inari, deusa da fertilidade e da agricultura.
O kitsune é um dos yokai  (totens) mais presentes em todo o folclore do Leste Asiático.
Há estátuas de raposas em muitos santuários, pois ela é considerada um animal mágico no Japão, e a mitologia japonesa é cheia de contos de raposas.
Há duas raposas benevolentes e malevolentes - bons são ligados Deusa Inari - e acredita-se que possuem tanto uma vida longa e inteligência incrível, bem como poderes mágicos.
Segundo as lendas japonesas quanto mais velha uma raposa fica, mais forte se torna a sua magia. 

Diz-se que depois de chegar a 100 anos de idade, uma raposa aprende como se metamorfosear em um ser humano.

As raposas são associadas a magia e astucia.
Dentro das tradições  dos nativos norte americanos existem duas leituras para a raposa.
As Tribos do Norte  (forest people) veem a raposa como um animal benigno,  um animal nobre e sábio que simboliza  o dom da premonição, observação e discrição.
Para os nativos americanos das Grandes Planícies  ela, tal qual o coyote , é um trickster (trapaceiro) que inclusive por ser traiçoeira conduziria as pessoas para a morte.
Para os ciganos a gigania-arakto (raposa) é símbolo de trapaça e desonestidade.
É altamente ofensivo para um cigano ser chamado de “raposa”.
A raposa é o Totem de vários Clãs, como o Clã Wagosh  (raposa vermelha) da nação Fox e os Chippewa.

Mas a raposa tem a sua medicina e nós podemos aprender muito com ela:
A medicina da raposa envolve adaptabilidade, astúcia, observação, inteligência e rapidez nos pensamentos e ações.




A energia da raposa nos traz o poder de decidir rapidamente e de ter o pé no chão no mundo dos vivos. A Raposa tem o dom de se Camuflar em qualquer estação. Ela é um animal astuto, e os filhos deste totem recebem dela a energia que pode torná-los invisível como o vento, sendo capaz de transportar-se de um lugar para o outro em qualquer situação. 
Se a raposa é seu animal de poder, preste atenção para a forma como ela se move e siga o seu exemplo.
É um poderoso animal aliado quando se faz necessário usar as sua habilidades em benefício de todos e de si mesmo. Ela nos ensina a nos manter silenciosos e observadores, a antever situações para tomarmos decisões sábias.
A medicina da raposa também nos lembra que nem sempre ficar sob os holofotes é o caminho, melhor sermos astutos e aprender com ela a arte da camuflagem: em algumas situações é melhor ficar invisível, analisando com cautela os próximos passos.
Aprenda com a raposa a ser um estrategista.

Irene Carmo Pimenta




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quarta-feira, 16 de abril de 2014

ENTRE O CORVO E A LIBÉLULA



Irmão Corvo me ensina a dançar na noite dos meus próprios mistérios. 
Que a tua medicina me ajude a transcender minhas limitações físicas, trazendo-me a força da tua magia e teus dons de cura.
Irmã Libélula concede-me a tua medicina de Luz. Que pela luz da minha consciência eu possa enxergar além das ilusões.
Entre a Luz e a Sombra eu me equilibro.
Com o Corvo e a Libélula eu danço o meu próprio Sonho.
Irene Carmo Pimenta

Abril/2014

sábado, 22 de março de 2014

OUTONO E A MEDICINA DA MÃE URSA


O Outono sempre foi a minha estação favorita.
Talvez porque eu seja “filha” do Outono. Eu nasci em Abril, na primeira Lua Nova de Outono.
Os ventos de Outono e as folhas caídas no chão  fazem recordar que o verão passou, e é tempo de preparar-se para o inverno.
É tempo de voltar o olhar para a Direção Oeste da Roda de Cura. O Outono nos convida à introspecção.  Ao sagrado tempo de recolhimento. Tempo de amadurecer, de colher os frutos que semeamos. 
É o tempo da Grande Ursa.
Quando chega o Outono a Grande Ursa nos convida a subir em seu dorso para visitar a sua caverna. A “caverna da ursa” é um símbolo para a viagem ao encontro do nosso eu mais profundo. 

É o lugar de “olhar para dentro”. Se você tem alguma pergunta para  a Mãe Ursa sobre sua saúde ou sobre seus  medos entre no seu silencio e peça orientação. 
A Grande Ursa  oferece a sua medicina, que é a medicina da Mãe Terra,  das plantas, dos cristais e também da cura das nossas emoções.
É a medicina da nutrição, da proteção, da sabedoria e também do enfrentamento da nossa sombra, do escuro em nós.
Na Caverna da Ursa vamos alinhando as batidas do nosso coração com o coração da Mãe Terra, lembrando que o sentimento de separação é ilusório. Estamos todos conectados.
Para a Nação Cherokee, o urso é o guardião do coração da Terra. Eles dizem que quando os ursos hibernam eles estão vivendo na dimensão dos sonhos, curando a Terra e seus filhos.




Já faz muito tempo que os homens se desconectaram da natureza, dos ciclos das estações.
A Mãe Ursa aparece entre as folhas do outono para nos  lembrar que é tempo de olhar para dentro e restaurar essa conexão.

Para que a nossa Criança Divina possa novamente se encantar e brincar nos jardins da Mãe Terra.



Feliz Outono!

Irene Carmo Pimenta

quinta-feira, 20 de março de 2014

A AVÓ ARANHA E A GRANDE TEIA DA VIDA

Na Grande Teia da Vida, todas as coisas estão inter-relacionadas, pois cada coisa é parte do Todo. É parte do grande Mistério.
Na mitologia dos nativos americanos a Mulher Aranha (ou Avó Aranha) é a Tecelã Sagrada.
Aquela que criou e teceu a Grande Teia da Vida.
Ela é protetora de todas as criaturas.
Segundo os nativos, ela é velha como o Tempo e jovem como a Eternidade. 
A Mulher Aranha – chamada Tse Che Nako pela Tribo Hopi ou Avó Aranha pela maioria das tribos norte-americanas é a guardiã da sabedoria sagrada.Sua Teia é atemporal e contém o passado, o presente e o futuro.
Tanto pode se apresentar como uma jovem, uma anciã, quanto como uma Aranha que revela seu conhecimento sussurrando no ouvido daquele que sabe ouvi-la.
Segundo a tradição Hopi, a Mulher Aranha teceu dois fios prateados, um ligando o Leste ao Oeste, o outro unindo o Norte ao Sul, criando a Estrada da Vida (o Caminho Vermelho).
Depois de tecer estes fios, a Avó Aranha cantou uma canção criando, a partir do som, as suas filhas gêmeas Ut Set e Nau Ut, que trouxeram o Sol, a Lua, as Estrelas e o movimento da Terra.
A Mulher Aranha foi tecendo a sua criação. Criou a vegetação, pássaros e todos os animais.
No barro ela modelou as quatro raças dos homens. O povo vermelho, o povo branco, o povo amarelo e o povo negro.
Teceu então, uma teia feita de amor e sabedoria e amarrou os fios prateados nas cabeças dos homens (chacra coronário), ensinando-os que esta seria a maneira de manterem a conexão com Ela para receberem sua sabedoria espiritual.
Os Hopi chamam este fio de kopavi. É através dessa conexão que o homem entra em contato com a espiritualidade, com seu próprio poder criador e com a Energia Cósmica Universal (Orenda para os nativos americanos). Para eles foi a Mulher Aranha quem ensinou às mulheres a tecer, a arte da cestaria e da cerâmica e, aos homens ela ensinou como plantar e cuidar da terra.
As anciãs (avós) da tribo Navajo reverenciam a Avó Aranha porque ela ensinou-os a ler.
Segundo a Sabedoria Ancestral de muitos dos povos nativos do planeta, a Avó Aranha é a guardiã ancestral das linguagens e alfabetos primordiais formados por linhas geométricas e ângulos presentes nas suas teias (A Sagrada Geometria).Sua Teia é uma teia brilhante de relações espirituais, humanas e ecológicas que se tornou invisível no mundo contemporâneo.

A Mulher Aranha é uma metáfora para o fato de que TODA a Criação provém de uma fonte primordial, uma matriz, uma rede que segue o mesmo padrão geométrico, cujos fios estão ligados uns aos outros e a origem.
Sua Teia representa a Grande Matriz da nossa realidade – A Teia da Vida ou a Teia de Luz. Tudo o que afetar a Teia afetará a todos, pois estamos todos conectados.
Os nativos americanos acreditam que a Mulher-Aranha está sentada no centro do Universo.
Ela é a força feminina de toda a criação, que une a todas as nações, todas as tribos, todas as famílias galácticas e todas as realidades em sua Teia de Luz.



A MEDICINA DA ARANHA

A Medicina da Aranha nos convida a tecer o caminho de volta a Grande Teia da Vida, fio por fio, história por história, lembrando a nossa conexão com o todo.
A medicina da aranha nos ajuda a encontrar o caminho de volta para o centro do nosso próprio “eu”.
Os nativos dizem que quando a Mulher Aranha retornar ao mundo será para trazer uma Nova Era. A Medicina da Aranha ensina sobre as nossas infinitas possibilidades para tecer os fios da nossa própria vida. Uma vida equilibrada, que nos permita viver sem estar preso nos nós da teia do nosso destino..
Quando aparece em uma roda de cura, a aranha está pedindo que você dê mais atenção aos seus processos criativos. Que não abandone suas ideias, seus sonhos.
Sua medicina  é o equilíbrio entre o passado e o futuro e quando ela aparece na roda de cura, o aviso é que está em suas mãos tecer a sua própria teia da vida. Toda a sua realidade atual foi tecida por você. Se ela não é o que você quer é hora de fazer mudanças.
A Avó ensina que  sempre podemos adquirir novos dons, desde que nos empenhemos  e trabalhemos para consegui-los.
Na Medicina da Aranha nossa  primeira tarefa é ver em que ponto da teia estão os nossos medos para, para  munidos de coragem  atravessá-los, com honestidade e integridade.
SE A ARANHA É O SEU TOTEM ANIMAL:
Aprenda com ela o equilíbrio entre o passado e o futuro, o físico e o espiritual, masculino e feminino. É a combinação da força e da delicadeza, despertando a sensibilidade criativa.
Tarântulas (e todas as aranhas) são as guardiãs do alfabeto primordial e pode ensiná-lo a escrever de forma criativa.
Seu corpo tem a forma de o número 8 e ela tem oito pernas, simbolizando as infinitas possibilidades de criação. Suas oito pernas representam os quatro ventos da mudança e as quatro direções da roda da medicina. A mensagem de aranha é que você é um ser infinito que continuará a tecer os padrões da vida ao longo do tempo. Não deixe de ver o plano eterno de criação.
É um animal aliado dos escritores: aqueles que “tecem a magia com palavras”.
Irene Carmo Pimenta

quarta-feira, 19 de março de 2014

A MULHER ARANHA E O FILTRO DOS SONHOS

Grande parte da história de tribos nativas americanas foi perdida, esquecida ou alterada durante seu contato inicial com os povos ocidentais.
A origem do dreamcatcher  (filtro dos sonhos/apanhador de sonhos) é desconhecida.
No entanto, existem muitas lendas sobre o apanhador de sonhos nas tribos de toda a América do Norte.  A maioria das lendas tem a ver sonhos e aranhas.
O povo Ojibwe conta que há muitas luas atrás,  a Mulher Aranha trazia o sol de volta para o céu a cada dia. Mas quando a nação Ojibwe  se espalhou pelos confins do mundo, ela começou a ter dificuldade para trazer o sol para todos do seu povo.
Então, a Mulher Aranha ensinou as mães, irmãs e avós a tecerem uma teia mágica para os bebês, utilizando aros salgueiro. Estes dreamcatchers permitiriam que apenas bons sonhos pudessem entrar mentes dos bebês enquanto eles dormiam.
O círculo do aro era um símbolo do sol. A teia era para unir o aro em oito pontos representando as oito pernas da Mulher Aranha) ou em sete locais para representar o Sete Profecias. Uma pena, no centro do dreamcatcher do bebê representava a respiração e a vida. Os adultos não tinham uma pena no centro de seus apanhadores de sonhos, mas deveriam trazer uma pena consigo.
O povo Chippewa acreditava que o apanhador de sonhos foi feito pela primeira vez quando a mulher sábia (medicine woman) da tribo disse às mães da tribo que tecessem uma teia de aranha com o amor em um aro de salgueiro para afugentar os maus espíritos que vinham aterrorizar seus filhos no meio da noite. Ela disse-lhes para deixar uma abertura no centro, como um coração aberto para que as coisas boas pudessem passar para aqueles que dormem e as coisas ruins ficariam presas na teia e desapareceriam com a luz da manhã.
Já a Nação  Lakota  tem a seguinte lenda sobre o apanhador de sonhos:
“Um ancião – líder espiritual Lakota estava em uma montanha muito alta e teve uma visão. Nessa visão Iktomi, um trickster (professor, sábio, trapaceiro), lhe apareceu na forma de uma aranha e falou com ele. Enquanto falava, a Aranha tecia uma teia em um aro de salgueiro que tinha penas  e miçangas.
Enquanto tecia, o espírito da Aranha explicou como as escolhas humanas podem afetar a harmonia da natureza. Falou sobre os ciclos da vida, do nascimento, da morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Começamos como bebes e seguimos para a infância, depois nos tornamos adultos. E quando envelhecemos precisamos ser tratados como crianças, completando o ciclo da vida.
Ela dizia :

"Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios".
No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro dizendo-lhe:
"No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas ideias, sonhos e visões. Os sonhos vem de um lugar chamado Espírito do Mundo, que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos, quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia."

sábado, 15 de março de 2014

A MEDICINA DO ALCE



Em muitas tribos nativas o Alce está relacionado com o amor.
É atribuída ao Alce a criação da primeira flauta, um instrumento usado pelos homens para atrair mulheres em muitas culturas nativas norte-americanas. 
Para eles os alces são considerados protetores das mulheres.



Contam algumas lendas que os alces levavam as mulheres capturadas pelo inimigo de volta para a sua tribo.Nas tribos das planícies os alces são associados à masculinidade, resistência e bravura. Dentes de Alce eram considerados como símbolo de poder e  eram usados para confeccionar adornos utilizados em rituais de casamento.
O Alce também é Animal Totem de vários clãs como os Amaskos (Tribo Menominee ), o Clã Otawa e o Clã Osage.



Na Cultura Celta também há o culto ao Deus Cornuto, o Deus dos animais e da fertilidade, que aparece sempre ornado com chifres de alce, pois os chifres do alce sempre representaram a fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos.
A importância do Alce para muitas tribos europeias é similar a do Búfalo para os nativos americanos.
O Alce simboliza a força da Autoestima e Autoconfiança.
Temos que nos sentir bem sobre algo que realizamos, mas não esqueça daqueles que o ajudaram a realizar. Compartilhe sua sabedoria. Compartilhe os frutos de seu progresso com outros.
O Alce representa o êxtase da alegria interior, de viver plenamente a felicidade dos frutos de seus esforços. Ele sente a necessidade de compartilhar sua vitória e a dos outros aos quatro ventos, não para se vangloriar e sim para compartilhar essa energia de felicidade. Ele é sábio e procura orientar os mais jovens a seguirem seu caminho com equilíbrio e confiança.
Por tudo isso a Medicina do Alce nos fala de Amor e Compartilhamento.
Sua medicina nos lembra que não devemos ser egocêntricos, pois cada um tem o seu próprio potencial. Caso isso ocorra com você, recolha-se em meditação e deixe a força e a sabedoria do silêncio lhe falarem ao seu coração. Saiba calar e saiba a hora de falar.